Ontem acabei caindo – meio que sem querer e mais uma vez!– no Hot Hot, um dos clubes novos mais legais aqui de São Paulo.
Mais sem querer ainda foi assistir ao show de uma banda que gostei bastante: ZÉMARIA.
Os caras fazem um som megamudérrrno, megadançante e megadivertido! Mistura bem legal de batidas eletrônicas com rock n’roll, com vocal bem presente de Sanny Lys. Vi sites definindo o som deles como electro-tech-disco-punk-house! Haha... Ou seja: mixxxxxtura total! Mas mistura fina!
A banda é de Vitória, ES e é mais um daqueles casos de artistas brasileiros que fazem sucesso lá fora e que, infelizmente, não são muito conhecidos por aqui, apesar de terem tocados nos maiores clubes do pais e em festas como o extinto Skol Beats. Já lançaram 2 CDs e 2 EPs, fizeram 7 turnês pela Europa e agora parece que começam a conquistar mais espaço no Brasil: estão concorrendo na categoria “Música Eletrônica” no VMB deste ano.
Impossível não pensar no CSS, mas os caras ainda mantém uma aura mais pé no chão, sem todo o hype hiperpresente no som e shows do Cansei. Me diverti horrores mesmo sem conhecer nenhuma das músicas. Eles mandaram mash-ups de covers improváveis como “Stay In the Light” e “Policia” além de tocarem várias musicas próprias. A pista, cheia de conterrâneos que vieram prestigiar e várias pessoas que como eu não conheciam o trabalho deles não parou um segundo.
Não consigo me lembrar de nenhum outro diretor que teve uma carreira tão dividida quanto a dele. Pra mim, são duas fazes muito claras: os quatro primeiros filmes, “O Sexto Sentido”, “Corpo Fechado”, “Sinais” e “A Vila” representam os acertos. Filmes de roteiro esperto – todos escritos por ele – filmados de maneira muito interessante, que mostravam domínio do diretor sobre a linguagem cinematográfica. São filmes nitidamente bem pensados e realizados; obras em que os elementos como música, fotografia e direção de arte são explorados de maneira muito precisa.
A segunda (e infelizmente atual) fase dele concentra 3 grandes erros e se iniciou com o estranhíssimo “A Dama na Água”. Shayamalan tinha a Buena Vista (que faz parte do grupo Disney) como parceira nos seus 4 primeiros projetos. “O Sexto Sentido” foi um enorme sucesso e o projetou como uma das grandes apostas da nova geração de diretores – lembro de ler algumas matérias que chegaram a compará-lo (mantidas as devidas proporções, é claro!) a Alfred Hitchcock e Steven Spielberg. Quando teve o insight sobre a trama de “Dama”, a estúdio tentou convencê-lo a desistir do projeto. O diretor lutou pelo que acreditava, rompeu com a Disney e... estava errado. O filme foi um fracasso nos EUA e, somando a bilheteria do mundo todo deu irrisórios 2 milhões de lucro para a Warner, nova parceira do diretor.
O filme é uma fábula moderna sobre uma sereia (Brice Dallas Howard) que aparece na piscina de um condomínio na Filadélfia, nos EUA. Paul Giamatti faz o zelador do condomínio, que descobre a criatura mítica e embarca com ela em uma jornada para tentar ajudá-la a retornar para seu mundo e de quebra ainda identificar um misterioso escritor, que supostamente escreverá um livro que irá beneficiar a humanidade. Tudo muito criativo, é verdade. Mas o filme sublinhava o que eu vejo como a pior característica das obras dele: exigir que o espectador compre um universo com regras muito específicas; muitas delas bem difíceis de engolir. Quando faz isso de maneira inteligente (como em “A Vila” e “Sinais”), nós nos envolvemos com a história e relevamos coisas que poderiam ser quase enquadradas como trapaça. Mas “Dama” elevou isso à nona potencia. Era uma história de fantasia feita para adultos que se passava num ambiente realista, mas existia apoiada em aspectos nada críveis. Não dava para comprar.
Zooey Deschanel e Mark Wahlberg pagam mico em "The Happening"
O próximo filme, “Fim dos Tempos”, foi um susto pra mim. Achava que “Dama” tinha sido um deslize, mas esse projeto estrelado por Mark Wahlberg e Zooey Deschanel sobre um vírus misterioso que se alastra pela humanidade piorou muito a situação. O filme soa em vários momentos como uma comédia, mas faz humor involuntariamente; quando deveríamos estar absolutamente assustados e tocados pela jornada dos protagonistas, estamos na verdade chocados com a canastrice gritante. Assisti uma só vez, confesso. Mas fiquei mesmo com a sensação de que quase nada se salva ali.
Isso nos traz ao novo filme dele “O Último Mestre do Ar”, que estreou na última sexta-feira. Baseado em na série de animação “Avatar: The Last Airbender” do canal Nickelodeon, o filme sempre me pareceu uma escolha estanha de Shayamalan. A campanha de marketing é bem vaga e misteriosa e para quem não é familiarizado com a série de TV – como eu – o filme foi vendido de forma enganosa: parecia um épico oriental. É na verdade, um filme infanto-juvenil. Até aí, tudo bem. O problema é que é um filme infanto-juvenil muito, muito fraco! É quase impossível de acreditar que a mesma mente por trás de “O Sexto Sentido” possa ter realizado o que vemos em “The Last Airbender”. Fazia muito tempo que não assistia algo tão chato, arrastado e sem emoção – adjetivos que tem que passar longe de qualquer filme e especialmente de histórias de aventura e fantasia.
A história: Aang, uma espécie de monge budista é identificado como o Avatar, a reencarnação de uma divindade única, capaz de controlar os quatro elementos: Terra, Ar, Fogo e Água. Estamos falando de um mundo alternativo; não estamos na Terra, e este planeta não-identificado é dividido por diferentes nações, cada uma com um dos elementos como “força” motriz e cidadãos que conseguem controlar esses elementos. A nação do Fogo (quem mais?) está atacando as demais e luta pela hegemonia da planeta. O Avatar, é claro, é o único que pode trazer o equilíbrio de volta. Congelado em uma bolha de ar (!) por cem anos, ele é finalmente libertado e, ainda como um menino, terá que aceitar seu chamado divino e lutar pela paz no planeta.
A premissa é até interessante e Shayamalan teve nas mãos uma grande oportunidade: pela primeira vez estava contando uma história que se desenrola assumidamente num universo fantasioso; aqui, não nos sentiríamos forçados a comprar sereias que vivem em piscinas e homens com super poderes andando entre nós (como em “Corpo Fechado”). Tudo pode acontecer em uma terra de fantasia! Mas Shayamalan erra feio ao nos situar neste universo que criou: joga um volume enorme de informação a todo tempo e, por ser um filme para público mais jovem, repete essas informações over and over again! Subestima o espectador num grau elevadíssimo, colocando voice overs explicando a cena que estamos vendo diante dos nossos olhos e, de quebra, muitas vezes ainda usando letreiros para reforçar o que está acontecendo. A platéia não é idiota e, aprendi nas aulas de roteiro e direção, tratar a mesma como tal é um dos maiores erros que um filme pode cometer.
Noah Riger como Aang em momento nervosinho.
Jackson Rathbone (Sokka) e Nicola Peltz (Katara): irmãos chatinhos.
Além disso, o elenco escolhido é fraco e apático demais! Não dá para se envolver com nenhum deles, em momento algum. Falta emoção e, num filme que se propõe a levantar inúmeras questões existências dos personagens isso é inadmissível. Como sentir a angustia de um personagem se ele não transparece emoção? Como temer e torcer por este personagem se você simplesmente não se importa como ele? Não há carisma em nenhum dos atores e personagens principais. Jackson Rathbone (o Jasper da série “Crepúsculo”) confirma sua incompetência e entra e sai de cena como um personagem secundário patético, sem o mínimo propósito para a história. Nicola Peltz, que faz sua irmã, não convence em nenhuma cena e chega a ser irritante em vários momentos. Fora eles ainda temos Noah Ringer, que interpreta o Avatar e não é de todo mal, mas simplesmente não consegue “vender” a profundidade emocional que seu personagem deveria conter. Fechando com chave de ouro (NOT), está Dev Patel, que interpreta o filho do líder do povo de Fogo, exilado pelo pai até que consiga localizar e capturar o Avatar. É impossível olhar para ele e não lembrar de seu Jamal (de “Quem Quer Ser um Milionário”), o que trabalha contra ele, que tenta aqui emplacar como vilão.
Dev Patel como Zuco: vilão bonzinho.
As cenas de luta são o ponto alto da obra. É bem interessante o modo como os “benders” manipulam os elementos e os usam como forma de defesa e ataque. As cenas que incluem Água e Ar são especialmente bonitas e vale pontuar um plano seqüência de alguns minutos bem executado em uma das batalhas. Mas apesar de bem realizados, nenhum desses efeitos é groundbreaking. Não há nada que não tenhamos visto antes muitas (e muitas!) vezes.
Se é que dá para piorar a situação, “Airbender” ainda consegue ser o exemplo perfeito para ilustrar uma atual polêmica em Hollywood: o mau uso do 3D. A “nova” tecnologia surgiu com força como a arma dos executivos para levarem as pessoas ao cinema em tempos de donwloads grátis e DVDs pirata no metrô. E a coisa tem funcionado, “Avatar” fez a maior bilheteria da história para comprovar. Daí prática tão comum entre os estúdios e que tem gerado a tal polêmica: a conversão de filmes idealizados e rodados em 2D para a exibição em 3 dimensões. O propósito é um só: $$$! O 3D, que em muitas produções tem sido usado como ferramenta estética e narrativa; filmes pensados para serem feitos desta forma, passou a ser usado com banalidade e com resultado estético bem sem graça. “O Último Mestre do Ar” faz justamente isso: se vende como 3D somente para atrair gente ao cinema e o que vemos é um espetáculo opaco, desinteressante e gratuito.
Shayamalan: rindo de quê?
Em suma: uma catástrofe. Shayamalan realmente perdeu completamente a noção e se afunda cada vez mais profundamente a cada trabalho concluído. Uma grande pena.
O filme não tem feito carreira brilhante nos EUA, mas já acumulou mais de 225 milhões de dólares no mundo todo, tento custado inacreditáveis 150. Isso deve garantir a continuação da saga - o primeiro filme se encerra já deixando tudo armado para a sequência. Devem vir mais dois filmes sobre os quais você certamente não vai ler neste blog.
Uma das coisas mais comuns em Hollywood: comprar os direitos de filmes estrangeiros que surpreenderam no mercado internacional e produzir versões próprias, do jeito que o americano gosta de ver. Foi assim com os japoneses "O Chamado" e "O Grito", o espanhol "REC" e tantos outros. Esses três, no entanto, são obras de terror mais tradicionais, de certa forma mais fáceis de se adaptar. Agora os americanos estão pisando em território perigoso: escolheram o sueco “Låt Den Rätte Komma In" (aqui lançado como “Deixa Ela Entrar”), de 2008 e entregam o versão deles com este "Let Me In".
Pessoalmente acho assustadora a idéia do que um estúdio pode ter feito com essa história. A trama gira em torno do que talvez seja uma das mais improváveis e genuínas histórias de amor já contadas no cinema: uma menina e um garoto pré-adolescentes que se encantam um pelo outro. O problema: ela é uma vampira. Não soa muito original em tempos de "Crepúsculo" over-saturando essa mitologia em todos os cantos da nossa vida... Mas não se engane: o envolvimento dos personagens de “Deixa Ela Entrar” não podia ser mais diferentes do amor idealizado e pudico de Bella e Edward.
A qualidade da interpretação de Lina Leandersson e Kåre Hedebrant que dão vida ao estranho casal é assustadora. Existe algo absolutamente gelado e ao mesmo tempo incrivelmente doce no olhar dos dois e o filme contrasta passagens de delicadeza intensa com cenas de horror extremamente violentas e apavorantes. E são justamente esse clima gelado, o ritmo lento e envolvente e a profundidade da relação dos dois que me pergunto se sobreviverão nas mãos do estúdio americano.
O escolhido para tocar o projeto foi Matt Reeves, que estreou com o competente "Cloverfield", sobre aquele mostro misterioso que destruiu NY pela milésima vez. Eu não duvido do talento do cara, longe disso. Só fico aflito em pensar como ele vai lidar com o tom sóbrio do filme original. "Cloverfield" foi todo rodado em digital, com a intenção de acompanhar um grupo de amigos que tenta sobreviver ao ataque enquanto registra tudo com uma câmera amadora. Tem aquela qualidade realista de produções como "A Bruxa de Blair" e, mais recentemente, "Atividade Paranormal". Funciona muito bem! Se o cara tivesse sido escalado, por exemplo, para dirigir "Quarentena" (a versão americana de “REC”, que eu citei aqui acima), o filme provavelmente teria ficado muuuuuito mais interessante do que acabou ficando. Mas falamos aqui em um filme de planos longos e ritmo desacelerado; uma história construída com maestria e pleno domínio da linguagem cinemática. Um filme calmo e extremamente profundo. Ou seja, totalmente antagônico ao frenesi estressante grita de “Cloverfield” a todo o tempo.
Numa coisa, no entanto, Reeves: escalou a genial Chloe Moretz para interpretar a vampira Abby depois de ver o trabalho excepcional da menina como a heroína Hit Girl em "Kick-Ass". Não consigo pensar em nenhuma outra atriz desta idade que pudesse dar conta do recado e parece que a menina entrega uma performance digna do papel. Ela, aliás, deve estar fazendo muita terapia fora das telas (se não está, deveria!), por que parece só se envolver em papeis que a obrigam a lidar com um universo muito mais maduro e violento do que deveria para seus 13 anos. Fica a dúvida: será que o jovem australiano Kodi Smit-McPhee está também à altura de Kåre Hedebrant, o ator original? Será que a química entre os protagonista é tão boa quanto a obra exige que seja?
Os atores Kodi Smit McPhee e Chole Moretz em cena de "Let Me In".
O trailer de “Let Me In” (acima) já dá sinais de que a coisa toda foi bem anabolizada e deve focar mais nos momentos de terror do que de afeto . Já nota-se outro estilo; outro ritmo. De qualquer forma, deve valer como exercício de comparação e possivelmente como forma de se constatar (mais uma vez): certos filmes são tão especiais que não deveriam ser tocados. Jamais.
Acho que estou memso numa campanha para atingir os níveis máximos de nerdismo nestas últimas semanas...
Já fazia algum tempo que eu observava meio de longe o fenômeno podcasts, mas não tinha me aproximado com muita vontade. Eu até seguia um, o semanal do blog Lost in Lost (sim, assino aqui o atestado geek!), do Carlos Alxandre Monteiro. Ele fazia um resumão do episódio da semana, levantava suas hipóteses e discutia teorias, respondia dúvidas... Enfim, o grau máximo de cabeçudice Lostiníca. E eu adorava...
Foi só agora no entanto, há algumas semanas atrás, durante uma conversa com a genial @Sa_Wilkins, amiga querida e fonte inesgotável de informação, que tive de fato o insight de ir procurar alguns podcasts possivelmente bacanas. Conclusão?
Não há nada mais legal para se ter no iPod e ouvir no carro. Sério, gente. Se você mora em São Paulo vai passar uma boa parte do tempo dentro do carro (ou no busão, no metrô, you name it). Por que não gastar esse tempo aprendendo sobre algum assunto bacana ou só ouvindo gente debater temas que te interessam? Não é o mesmo que rádio por que VOCÊ escolhe o que vai ouvir e os programas na minha opinião são bem melhores.
A Marginal Pinheiros é bem mais legal quando você aprende sobre a vida de Harry Houdini e os semáforos da Av. Santo Amaro passam muito mais rápido quando se escuta uma crítica bacana sobre algum filme que acabou de estrear ou sobre as repercussões da queda da Prop 8 na Califórnia (yeah, by the way!).
Enfim... Ainda sou um novato no mundo inesgotável da cultura auditiva, mas nas últimas semanas várias bandas foram expulsas do meu iPhone e gentilmente cederam seus MBs para alguns esses caras aqui abaixo:
-Scene Unseen: Crítica de filmes num formato bem legal - sempre um dos caras assistiu ao filme em questão e o outro não. Isso gera discussões divertidas e quebra de vários tabus.
-Filmspotting: Também sobre críticas. São dois apresentadores e os caras sabem de cinema. O tom é bem informal e eles também fazem 'Top 5s' inspirados de alguma forma no filme que irão discutir naquele episódio. No de "Inception", por exemplo, os caras listaram as 5 cenas de sonho mais legais do cinema.
-Savage Love: É tipo uma Sue Johanson para o rádio, então espere histórias bizarras e algumas risadas.
- Stuff You Should Know: Muuuuuito legal! Eles falam sobre os mais diversos tópicos: de facismo à Route 66, passando por James Bond, lendas urbanas e Barak Obama. Os apresentadores são muito divertidos e bem inteligentes.
-Stuff You Missed in History Class: Títulomeio auto-explicativo, né? Os tópicos vão de personalidades a eventos históricos.
(Esses dois acima fazem parte de um site How Stuff Works, um fonte muito legal de pesquisa, cheia de artigos, videos e programas sobre zilhões de temas. Acabei de descobrir que tem uma versão brasileira também: Como Tudo Funciona, mas não sei se é tão boa quanto a original).
-WNYC's RadioLab: Mistura de entrevistas com histórias e comentários. É meio que uma colagem auditiva bem interessante.
-New Yorker Outloud: Programa da revista The New Yorker, umas das publicações mais inteligentes dos EUA. Os caras discutem tópicos relacionados às matérias publicadas na revista e vão desde lances políticos a temas como Twitter, pesadelos e o papel das gravadoras no cenário musical da atualidade.
-The Critical Thinker: Esse tem um objetivo simples: te ajudar a pensar melhor. O host é um filósofo que discute aspectos base da filosofia de uma maneira bem clara e aplicada para o nosso dia-a-dia.
-Comic Strip Live: Stand-up Comedy: Para dar umas risadas no carro. São shows curtos de stand-ups diversos.
Esses são alguns dos que eu tenho escutado. Eles são todos de graça e podem ser baixados na seção de podcasts na iTunes store. São todos em inglês (o que também é um jeito ótimo de treinar compreensão e aprender vocabulário). Como eu disse, ainda sou novo nesse universo. Queria dicas de podcasts brasileiros legais também. Não conheço nada e confesso que ainda não me aventurei a procurar por que estou explorando essas coisas gringas.
Sou apaixonado por trailers e um dos sites que mais acesso é o da Apple. Pra mim é a melhor forma de descobrir os filmes que estão por vir... Vários deles dá pra ver em HD e eles ainda lançam featuretes, mini documentários exclusivos e outras cositchas mais. Fino, fino.
Separei algumas das coisas que estão por vir que achei mais legais...
“Scott Pilgrim VS. The World"
Esse filme tem nerd escrito all over it. Nerd é o novo cool e este aqui tem cara de ser muuuuito cool. Vamos lá:
1-Baseado em uma história em quadrinhos... (nerd!)
2-Sobre um típico looser que tem uma banda... (neerd!)
3-E se apaixona por uma garota... (neeerd!)
4-O cara é interpretado por Michael Cera (neeeeerd!)
Esse com certeza é um dos filmes que eu aguardo mais ansiosamente agora para o segundo semestre. Primeiro por que desde que Michael Cera fez “Superbad” ele ganhou meu respeito instantâneo. Poucos caras conseguem vestir o geek com um ar tão cool quanto ele. E convenhamos, ele faz boas escolhas: “Juno”, o por aqui desconhecido “Youth in Revolt”, que eu suuuper recomendo e o poderia-ser-bem-melhor “Nick and Nora’s Infinite Playlist” (a gente pode relevar o inexplicável “Ano Um”; todo mundo erra).
Além disso, o filme é assinado pelo inglês Edgar Wright, diretor de um filme muito divertido que passou meio desapercebido – “Shaun of the Dead”, uma comédio sobre zumbis com humor bem ácido e beeem inglês que foi lançado aqui direto em DVD idioticamente traduzido como “Todo Mundo Quase Morto”. Fora isso, ele assina um dos trailers fake que separam “Planet Terror” e “Death Proof” no subestimado projeto “Grindhouse” do Tarantino e Robert Rodriguez.
O mais legal, no entanto, é que o filme veste totalmente a camisa de sua origem cartunesca. É cheio de interferências visuais super coloridas e divertidas. As cenas de luta contra os ex-namorados(as) da garota por quem Scott se apaixona são bem exageradas e o tom do filme é assumidamente debochado. Até os figurinos são bem estilizados... Parece um filme de super-heróis com clima bem subversivo e piadas tão idiotas que não podem ser ignoradas. Pra mim a pegada lembrou bastante “Kick-Ass”, que tinha tudo pra ser genial e que eu particularmente não amei.
Parece divertidíssimo e deve estrear por aqui no dia 15 de Outubro.
Esse aqui é pra deixar os claustrofóbicos desesperados. O titulo é meio auto-explicativo, mas vamos lá: o cara é literalmente enterrado vivo. Eu vi este trailer há alguns meses e chapei. Achei a idéia muito boa e o trailer bem eficaz. Agora os caras lançaram um trailer novo e já achei menos impactante. Parece que ele tem que pagar algum tipo de resgate para que consiga sair vivo da experiência aflitiva.
Vamos esperara pra ver. Estou bem curioso pra ver como o diretor espanhol Rodrigo Cotés consegue manter o espectador preso ao filme junto com o protagonista. A idéia é bem boa e com certeza deve ser muito aflitivo, mas segurar um longa-metragem sobre um cara preso dentro de um caixão se comunicando com o mundo por telefone não é tarefa fácil. Principalmente se o enterrado é interpretado por alguém como o Ryan Reynalds, muito conhecido por fazer comédias (este ano fez “A Proposta”com a Sandra Bullock). Honestamente não sei se ele segura a onda de um filme assim, mas tenho fé!
O fato de não ser um filme de estúdio e ter sido exibido em Sundance (a Meca do cinema independente americano) este ano contam pontos a favor. A campanha de marketing até agora na minha opinião também está bacana; a arte dos dois cartazes é bem legal. O primeiro é bem simples e direto ao ponto e o segundo é uma homenagem rasgada ao cartaz de “Vertigo”, de Hitchcock. Se as semelhanças com Hitchcock não ficarem só no cartaz, talvez essa seja uma bela surpresa.
Aqui no Brasil, “Enterrado Vivo” estréia dia 01 de Outubro.
Gosto de indie rock com levada pop (pop no melhor e mais fino sentido da palavra!).
O The Virgins é uma banda que tenho escutado bastante.
Os caras são americanos e fazem um som que em muitas músicas lembra bastante uma das minhas bandas preferidas, o Franz Ferdinand. Por enquanto só tem um EP (de 2007) e um album lançado, "The Virgins", de 2008 e acho que estão no caminho certo.
No clipe acima, "Rich Girls" o som - beeeeem dançante - me remete a uma coisa meio seventies, uma mistura fina de rock muderrrrno com essa influência disco. Mas os caras também entregam coisas mais pop (a divertida "Teen Lovers") e rock n' roll ("Private Affair"). "Love Is Colder Than Death" é a baladinha romântica que não podia faltar e mesmo assim os caras ficam sentimentais ser perder a pegadinha dançante e não fazem feio.
O inglês Cristopher Nolan talvez seja o mais intrigante diretor do cinema americano recente. Tem arquitetado com maestria filmes que conseguem algo dificílimo: serem autorais e altamente criativos sem nunca perderem o cobiçado potencial comercial. Filmes pipoca de qualidade. De muita qualidade.
Com este novo “A Origem”, Nolan mostra-se confortável em seguir a mesma linha de seus filmes antecessores, as espetaculares re-invenções do homem-morcego “Batman Begins” e “O Cavaleiro das Trevas”. Entrega um filme de visual sombrio, cheio de cenas de ação espetaculares e efeitos visuais incríveis. E o melhor: tudo isso costurado por um roteiro engenhoso e muito bem articulado.
Tinha ouvido de algumas pessoas que “Inception” pecava por tentar ser esperto demais e acabar mesmo sendo muito confuso. Confesso que esta opinião acabou servindo como “alerta”. Entrei no cinema de certa forma sugestionado (o que eu odeio, diga-se de passagem), esperando um filme cheio de idas e vindas, que arrogantemente se pressupunha brilhante em sua teia narrativa e no final só fizesse mesmo afastar o espectador, que é constantemente reafirmado de seu papel de observador, lutando para encontrar sentido naquilo tudo – “Sinedóque, New York”, de Charlie Kaufman, por exemplo, teve exatamente este efeito em mim.
Surpresa boa. “A Origem” desafia o espectador, é verdade, mas em momento algum torna-se confuso demais a ponto de dar um nó insolúvel em nossas mentes. Os nós aqui são propositais e temos todas as ferramentas necessárias para desfazê-los, pouco a pouco, participando do filme. A trama constrói sua complexa estrutura narrativa em um universo em que é possível “entrar” nos sonhos das pessoas; artifício utilizado por Cobb, personagem de Leonardo DiCaprio e sua equipe para roubar idéias e descobrir segredos industriais. Essa premissa de “vida dentro dos sonhos” poderia dar carta branca para Nolan tomar praticamente qualquer rumo com a historia e se permitir as mais inverossímeis surpresas. Mas é aí que está o grande trunfo: o diretor cria “regras” que permeiam esse universo absurdo; normas que fazem com que tudo aquilo se torne crível dentro deste set-up irreal e isso deixa tudo ainda mais interessante.
O ponto de partida da trama é um grande desafio proposto à equipe de DiCaprio por um importante empresário japonês (interpretado por Ken Watanabe): ele os contrata não para roubar; mas para implantar uma idéia na mente de seu maior concorrente. As regras que Nolan criou estabelecem que realizar este feito é bem mais complexo do fazer aquilo que os ladrões de idéias já estavam acostumados – segundo o filme, para que uma idéia seja plantada em uma mente de forma eficaz, é necessário que a “vítima” não consiga fazer distinção entre aquilo que foi levada a pensar e o que era genuínamente seu. Por isso, o grupo precisoair fundo no subconsciente; algo difícil e arriscado. Temos aí um conflito. A historia vai em frente e Nolan subverte algumas das regras que ele mesmo criou, aumentando os riscos e elevando a tensão; mas faz isso de maneira verdadeiramente brilhante. Não se trai e, mais importante, não trai o espectador.
Leonardo DiCaprio entrega mais uma excelente performance, ainda que note-se a todo tempo ecos de seu Teddy Daniels, detetive atormentado que busca por respostas no estranho “Shutter Island”, de Martin Scorserse. Mas ele não rouba a cena sozinho. O elenco “de apoio”, que compõe o time de profissionais que embarca neste absurda missão é composto por atores de peso. Ellen Page abandona a adolescência de sua Juno e entrega uma estudante de arquitetura contratada para projetar o visual dos sonhos que eles irão invadir. Sua personagem é também a forma como Nolan nos situa no universo imaginado por ele: como é nova na equipe, é ela quem verbaliza todas as perguntas que estão pipocando em nossas mentes conforme a historia vai em frente; descobrimos com ela este novo universo e isso nos aproxima do filme. Joseph Gordon-Levitt (do excelente “500 Dias com Ela”) também se destaca como o responsável pela pesquisa sobre a vítima em questão e serve de alívio cômico em parceria com o ingles Tom Hardy (de “RocknRolla”), o grande estrategista do grupo, cuja função é pensar nos mais criativos modos de driblar a mente explorada e penetrá-la cada vez mais profundamente. Para completar temos ainda uma ponta luxuosa de Michael Caine como o pai de DiCaprio e a incrível Marion Cottilard (a eterna “Piaf”) em um papel misterioso, que explora o caráter lúdico do filme – afinal estamos sim, em um filme sobre sonhos. Ela interpreta a mulher de DiCaprio, uma presença constante na mente e nos sonhos do personagem e tema de seu grande conflito existencial, que coloca seus companheiros em grave perigo e pode colocar toda a missão a perder.
Temos um filme fantasticamente elaborado, que utiliza-se do impacto visual não só explorando seu potencial estético, mas como importante ferramenta narrativa. A seqüência em que a personagem de Ellen Page descobre como manipular e construir os ambientes dos sonhos é memorável, sem contar nas inúmeras cenas que fazem referência ao trabalho do artista gráfico holandês M. C. Escher, famoso por obras que desafiam a lógica matemática das dimensões e da proporção. Somam-se a isso, cenas de ação de tirar o fôlego, personagens elaboradíssimos e, acreditem, ainda uma dolorosa história de amor e a busca de um homem por redenção. “Inception” não é um filme-cabeça. É uma historia muito bem elaborada a partir de uma premissa interessante e que utiliza-se da complexidade desta premissa para manter o espectador fisgado pela história do início ao final (brilhante, diga-se de passagem). Nem em sonho vê-se cinema Hollywoodiano desta qualidade com a freqüência que gostaríamos de ver.
Não é de hoje que a idéia de escrever um blog vem me seduzindo, sorrateira. A verdade é que com Facebook, Twitter, Foursquare e quantas mais redes sociais ainda vão inventar, sentia que já dizia coisas suficientes - desde as mais banais (quem se importa se acordei mal-humorado ou que balada vou fazer hoje a noite?), a outras mais bacanas (um clipe legal, um trailer de algum filme promissor).
Mas nestas redes a gente joga as coisas meio que como pílulas de opinião, mini-manifestações. Não consegui colocar um tipo de informação mais profunda; uma opinião mais extensa, um pensamento. E por isso resolvi assumir o muderrrrninho dentro de mim de vez e ser assumidamente trandy: blog.
A idéia aqui é colocar minha opinião sobre coisas que gosto. Um filme bacana, um disco genial, uma série de TV que acho foda. Enfim... Colocar aqui algumas das coisas que curto e que acho que as pessoas podem curtir tb.
Não tenho idéia se esse projeto vai dar certo. Não tenho idéia se alguém vai ler isso ou se eu vou curtir escrever on a regular basis. Mas isso é o bacana disso aqui. Não é compromisso, é diversão.